Já estava no esquecimento o episódio do sargento da FAB preso na Espanha (junho de 2019), depois de desembarcar de um avião de apoio da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Agora, as investigações da PF (Polícia Federal) mostram que Manoel Silva Rodrigues traficou cocaína em pelo menos sete viagens oficiais antes desse fato.
O portal UOL teve acesso à documentação do inquérito policial. Mostra que o esquema continuou com a participação de outros militares brasileiros, mesmo depois da prisão de Rodrigues.
Era missão oficial do presidente Jair Bolsonaro e comitiva, rumo ao Japão, para a cúpula do G20. O sargento foi preso em flagrante no aeroporto de Sevilha, após denúncia anônima, com 39 quilos de cocaína avaliados em R$ 6,4 milhões. Perguntada sobre o que foi feito depois, aa FAB afirmou que “os procedimentos de segurança, os protocolos de embarque e desembarque foram revisados e aperfeiçoados.”
VICIADO EM VIAJAR
As investigações revelam que o criminoso era “viciado em altas viagens” para traficar. Segundo a PF e o MPM (Ministério Público Militar), a primeira viagem suspeita do sargento aconteceu em 18 de março de 2019. Mostram que Manoel e a mulher enfrentavam grave crise financeira, mas que, no retorno a Brasília, a situação do casal começou a melhorar, pagando suas dívidas.
Lotado no Grupo de Transporte Especial, responsável pelo transporte de autoridades, ele fazia viagens oficiais ao exterior desde o ano de 2015. Foi descoberto que, uma semana após retornar do Azerbaijão, Manoel comprou uma moto Honda NC-750-X por R$ 32.900, gastou R$ 26 mil na reforma do apartamento e na compra de móveis. Calcula-se que ele recebeu ao menos R$ 100 mil pelo transporte da droga.
Segundo o Ministério Público Militar, Manoel não agia sozinho. Ao menos outros quatro militares da Aeronáutica são investigados por utilizar as aeronaves da FAB para o tráfico de drogas em missões oficiais.
Com informações do UOL
Compartilhe no WhatsApp
Comments