O desmatamento ilegal, que cresce a cada ano, pode custar muito caro ao Brasil por conta da proposta de legislação da Comissão Europeia. Trata-se da proibição da importação de produtos do agronegócio ligados ao desmatamento florestal, ameaçando ao menos US$ 10 bilhões (o equivalente a R$ 55,6 bilhões, hoje) ao ano em exportações brasileiras. O levantamento é do portal Metrópoles.
Segundo produtores e autoridades do Brasil, a ideia tem como uma das principais intenções aumentar o protecionismo agrícola europeu. Na terça (23/11), a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) divulgou nota com ataques aos europeus, acusados de se sentirem donos do mundo. “Protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental. É disso que se trata a medida”, diz o texto.
Para o mundo, entretanto, é uma medida de incentivo à preservação ambiental. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados no dia 18/11, revelam que o desmatamento na Amazônia, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foi o maior para esse intervalo de tempo desde 2006.
Entre os produtos associados ao desmate florestal e que, portanto, podem ser afetados pelo projeto, estão soja, café, carne bovina, cacau, óleo de palma, madeira, móveis e couro.
O texto ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu (que reúne os líderes dos 27 membros). Se passar, a economia brasileira poderá ser gravemente prejudicada, na avaliação dos especialistas, uma vez que os países do bloco são o segundo principal destino das exportações brasileiras, perdendo apenas para a China.
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