Por Valter Luis de Oliveira Moraes *
Que Natal?
Esse deboche com a miséria provocada por quem comemora com suas mesas fartas e seus vinhos caros, como se todos os seres estivessem presenteados com a divisão de bens proporcionalmente à sua necessidade orgânica e psíquica?
É Natal e é cega a fome, as necessidades humanas primordiais negadas para uma vida digna; é escassa a humanidade; é grande a mediocridade da riqueza escravista insensível; é desproporcional a vida periférica despejada nos escombros sem luz, úmida, fria.
É Natal e é cega a hipocrisia da solidariedade esporádica da burguesia e das religiões capitalistas mantenedoras do ilusionismo estelar, onde a luminosidade do sol caminha iluminando a realidade cruel da humanidade invisível.
É sempre Natal dos trenós voando no gelo e papais noéis na noite mágica estrelada longe da realidade de dias e dias sem natais, esperanças, alegrias, iludidos excluídos da riqueza e marginalizados, coloridos pela ganância do medievalismo.
É Natal do assistencialismo momentâneo dos reacionários oportunistas locupletadores de si mesmo, financiadores da miséria alheia, predadores e defensores do status quo para manutenção das suas aparências quixotescas, inquilinos das cavernas palacianas.
Feliz Natal!?
Ho!… Ho!… Ho!…
* Filósofo e diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe
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