* Rodrigo Cardoso

A eleição está duríssima. O Brasil dividido. Lula venceu em todo o nordeste com ampla maioria. Venceu nos principais estados do Norte, Amazonas e Pará, mais Amapá e Tocantins. Também venceu em Minas, estado tido como síntese do Brasil.Sul, Centro-oeste, São Paulo, Rio e Espírito Santo deram a vitória a Bolsonaro.

Mas o resultado geral é que vencemos o primeiro turno, com a maior votação que Lula já teve em primeira rodada. Bozo também teve votação superior a 2018, mas ainda assim ficou mais de 5 milhões de votos atrás.

Portanto, é momento de comemorar a vitória parcial de Lula e nos preparar para o segundo turno. Simone Tebet dá sinais de que pode apoiar Lula. Aguardamos o posicionamento de Ciro e do PDT.

Claro que o apoio da liderança não significa que os eleitores o seguirão. Porém, imagino que quem votou em Ciro por seu Programa Nacional de Desenvolvimento, e em Tebet, por sua ótima postura nos debates, defesa da democracia, das mulheres, do meio ambiente, dificilmente votarão em Bolsonaro.

Nosso desafio é conversar com as pessoas. Com os amigos e familiares pra virar esses votos, principalmente de quem escolheu esses dois candidatos ou se absteve no primeiro turno. Certamente o bolsonarismo terá muito mais dificuldade para conseguir esse objetivo.

Na Bahia, mais uma vez viramos na reta final, repetindo a história de 2006, com Wagner e 2014, com Rui. Faltou muito pouco pra encerrar logo no primeiro turno. Bastaria os votos dados aos candidatos do PSOL, PSTU e PCB, pequeninos partidos de esquerda, para a vitória de Jerônimo já na primeira rodada.

ACM ficou numa sinuca. Precisará buscar os votos do bolsonarismo dados ao compadre Roma, mas ao fazer isso, se afastará da parcela do eleitorado lulista que votou nele (teve até santinho ilegal juntando Lula e ACM). Por outro lado, já se diz que vários prefeitos que tinham abandonado a base do governador Rui Costa para apoiar a oposição, já começam a fazer o caminho de volta.

Por último, claro que o Congresso eleito foi majoritariamente conservador e trará muitas dificuldades para um eventual governo de Lula.

Mas tenho convicção que com toda sua experiência terá muitas condições para trabalhar muito pela retomada da credibilidade do Brasil, desenvolvimento, geração de emprego e renda, controle da inflação, e melhoria da vida do povo, mesmo nesse cenário adverso.

Portanto, hora de seguir em frente lutando para manter a Bahia avançando no rumo do desenvolvimento e para o Brasil ser feliz de novo.

Agora é JeroLula!

* Presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus, membro da direção estadual do PCdoB