Ao que tudo indica, pelo balanço divulgado de 900 dias do governo Bolsonaro, a Casa Civil parece viver em um mundo paralelo à realidade da população brasileira. O documento dá destaque em especial às ações de combate à pandemia e o auxílio emergencial. É possível constatar que o Brasil real dos números desmente o Brasil fictício apresentado.
Segundo o balanço, mais de 110 milhões de doses de vacinas contra a doença já foram enviadas aos estados. Isso depois de ter negligenciado a compra de vacinas, ainda no final do ano passado, e ter apostado em remédios comprovadamente sem eficácia, como a cloroquina. Fato é que o Brasil real chegou, o início da tarde deste sábado (19), a 500.022 mortos em função da Covid-19.
Foi afirmado que o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial de países que mais vacinam. Esse levantamento considera o número total de vacinas aplicadas. Se considerado o percentual da população já vacinada, vamos para posição 71, considerando a primeira e segunda doses aplicadas.
O governo celebrou o pagamento do auxílio emergencial para 39 milhões de famílias. No Brasil real, o valor foi reduzido de R$ 600,00 para uma média de R$ 250,00 e menos pessoas receberam. O Peleja mostrou um estudo que revela como o governo pode manter o valor maior, e por mais tempo (LEIA AQUI).
EMPRESAS E TRABALHADORES
Outro feito celebrado foi a sanção do programa de apoio às micros e pequenas empresas, o Pronampe, para oferecer linha de crédito. No Brasil real, no ano passado, dos R$ 40 bilhões disponibilizados, apenas R$ 1,6 bilhão foram aplicados. Após 54 dias do anúncio, apenas 4% dos recursos chegaram nos pequenos negociantes.
Segundo o Sebrae, de 17 milhões de pequenos negócios existente naquele período, 7 milhões procuraram crédito. Mais da metade não conseguiu o dinheiro e 28% ficaram aguardando a liberação do banco. A burocracia e exigências absurdas impediram que muitas empresas conseguissem o dinheiro.
A Casa Civil não falou dos 14,4 milhões brasileiros de desempregados e da incapacidade do governo em implantar políticas para crescer a economia e gerar empregos. Ao contrário, aprofundou a reforma trabalhista, retirando mais direitos e precarizando as relações de trabalho.
DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Sem noção, a Casa Civil destacou a Operação Verde Brasil 2, que ocorreu entre 11 de maio de 2020 a 30 de abril de 2021. O objetivo foi promover ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais e focos de incêndio na Amazônia Legal.
Aqui, o governo é desmentido pelo SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento), que monitora a região da Amazônia Legal via satélites, e pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). No Brasil real, o desmatamento da Amazônia atingiu 778 km² em abril de 2021. O valor é um recorde para o mês em 10 anos e representa uma alta de 45% na comparação com abril de 2020.
A Redação, com informações do G1 e UOL
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