Não poderia ser melhor a estreia do Brasil na Copa do Mundo realizada no Catar: 2×0 frente à Sérvia, com um show da garotada e dois gols de Richarlison, um jogador diferenciado fora do campo. A partida foi realizada no Estádio Nacional de Lusail, e nosso atacante marcou aos 17 e aos 28 minutos do segundo tempo, este último um golaço.

O primeiro aspecto da participação brasileira no Mundial é deixar claro que a Seleção é de todos os brasileiros que amam futebol. Quando o time que representa todo o povo ganha e conquista títulos, faz bem ao imaginário coletivo e aumenta a nossa autoestima

Sobre Richarlison, é importante observar que, além de um atacante decisivo, tem uma postura diferente no mundo do futebol atual. Esse jovem de 25 anos é irreverente nas suas comemorações, como a do pombo (uma marca), mas faz questão de frisar que não chegou ao topo na carreira porque faz gracinhas.

“Estamos falando de seleção brasileira. Todo dia surge um atacante novo aí, na minha posição a disputa está bem grande. Mas eu estou na seleção não é porque fico de gracinha ou porque fico brincando com meus companheiros. É porque jogo meu futebol lá no Everton e quando venho aqui dou minha vida, faço meus gols, faço meu melhor. Por isso eu visto essa camisa com a maior alegria e faço meu melhor trabalho possível”, disparou o atacante durante entrevista coletiva na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), em março deste ano.

VISÃO SOCIAL E POLITIZADO 

Se dentro de campo, tem irreverência, fora tem alguém com visão social e crítica sobre o seu país, Numa entrevista ao jornal argentino Olé, em setembro de 2021, Richarlison fez críticas ferozes ao governo de Jair Bolsonaro e se mostrou bastante politizado, ainda que tenha evitado citar diretamente o nome do presidente.

Outra marca sua é a preocupação com os pobres (citando sempre sua origem), assim como o importante papel que exerceu durante o período da pandemia, quando incentivou o uso de máscaras, o comportamento social responsável e a vacinação contra o Sars-Cov-2, diferentemente da imensa maioria de seus companheiros de seleção, que viviam a bajular as posições radicais e negacionistas do problemático e autoritário presidente brasileiro.

Richarlison e os garotos craques que estão na Copa mostram que é preciso virar a triste página atual e recuperar o orgulho da camisa verde e amarela, que são cores de todo um povo, e não de um grupo específico.

com informações da Revista Fórum