Aquela encomenda e correspondências importantes que chegam a lugares distantes e difíceis podem ficar ainda mais complicadas. O ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro querem aprovar na Câmara dos Deputados, ainda esse mês, que o governo se desfaça de 100% do capital dos Correios.
O anúncio foi do secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao jornal O Globo.
Segundo ele, é diferente dos planos para a Eletrobras e do que foi feito na BR Distribuidora, ex-subsidiária da Petrobras, baseados em operações no mercado de capitais.
A venda dos Correios também deve gerar mudanças na regulação do setor postal, que passaria a se tornar uma atribuição da Anatel com outro nome.
POPULAÇÃO E ENTIDADES CONTRA
O governo que diz ser preocupado com os brasileiros e estar ao lado do povo, desconsidera uma pesquisa do PoderData, realizada em março desse ano. O estudo revela que 52% da população brasileira são contra a privatização dos Correios. Cerca de 29% disseram ser a favor e outros 19% não souberam ou não responderam a pergunta.
Quem também se coloca contra são as entidades que representam os trabalhadores, como a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (FENTECT). “Os Correios prestam um serviço essencial ao povo brasileiro, estratégico para o país, principalmente nesse momento de pandemia. “É importante em outras áreas como a entrega de livros didáticos, urnas eletrônicas nas épocas de eleições e as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o país”, afirma o secretário-geral, José Rivaldo
O dirigente denuncia que a direção militar dos Correios e as empresas interessadas planejam uberizar o trabalho no setor postal. “Significa tornar todos os trabalhadores dos Correios e de logística em entregadores por aplicativos, sem registro em carteira, sem direitos, sem um salário decente. Realidade que já é dominante entre os motoboys e ciclistas, trabalho que resta hoje à maioria dos jovens pobres e periféricos”, pontua.
Com informações da CUT e O Globo
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