Todo jovem, especialmente de famílias carentes, sonha entrar em uma faculdade para dar uma vida melhor a sua família. Isso através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um grande instrumento de inclusão social e acesso ao ensino superior.
Com a pandemia, o sonho de muitos terá que ser adiado, pois desistiram de fazer a prova devido a problemas financeiros causados pela crise sanitária. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), até a última quinta (15), o Enem de 2021 teve 4.004.764 pessoas inscritas, menor número desde o Enem 2007, quando 3,57 milhões se inscreveram.
O pior é que o número final de candidatos habilitados a realizarem o exame pode cair, porque a taxa de inscrição que permite que o estudante faça a prova é de R$ 85, e pode ser paga apenas até segunda (19).
HISTÓRIAS REAIS
Vários jovens do litoral paulista, relataram suas dificuldades ao portal G1. Além grana difícil, tem o medo de contágio e a falta de preparo. “Foi muito difícil, teve um impacto muito grande, porque eu realmente estava com esperanças de poder ter uma oportunidade na vida. Veio a pandemia, e foi bem difícil, porque, querendo ou não, a gente perde as esperanças”, disse a estudante Estefany Cristina Tavares Ferreira, de 19 anos, que mora em Praia Grande e sonha em ser engenheira civil.
Já a moradora de Santos, Gabrielly Barbosa Silva, de 18 anos, não vai prestar o Enem pelo segundo ano seguido. Ela desistiu de cursar Antropologia, sua primeira opção, e focará na área portuária, para tentar entrar no mercado de trabalho. “Mesmo com esse emprego, lidar com duas pessoas só com um salário mínimo não é fácil. Continuo com o objetivo de conseguir trabalhar, mas achar uma oportunidade de primeiro emprego na pandemia é difícil. As coisas estão mais caras, para comprar alimentos, e o emprego ajudaria muito nesse sentido”, declara.
Sonhando em cursar Direito, o ajudante geral Raphael Bispo Miguel, de 29 anos, morador de São Vicente, relata que tem pouco acesso à internet, já que não tem Wi-Fi em casa, e conta que raras vezes consegue assistir TV, devido à rotina de trabalho. “Eu me inscrevi dia 13 deste mês, não tinha mais como pedir isenção, e a taxa que eles pedem é muito alta para uma pessoa que trabalha fazendo bico como eu. E tenho três filhos, moro de aluguel, então, entre dar comida para os meus filhos e fazer o Enem, não tenho outra opção a não ser deixar meu sonho de lado para alimentá-los”, lamenta.
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