Pesquisadores estão intrigados e estudando a possível relação entre a mucormicose, causada por um raro e mortal fungo, e doentes de Covid-19. A suspeita foi levantada após a morte, dia 2, de um paciente de 71 anos, em Campo Grande (MS). Ele estava internado com a doença, em estado grave, e com suspeita, também, da infecção.
Em entrevista à Carta Capital, o epidemiologista Paulo Lotufo ressalta que a doença é muito rara: “Um médico, ao longo de sua carreira inteira, deve se deparar com uma dezena casos da doença, eu como clínico geral acompanhei dois”, pontua. Embora rara, destaca, a doença tem potencial devastador.
Segundo o especialista, a infecção é considerada grave e letal em 50% dos casos. É causada por fungos que geralmente entram no organismo pela mucosa do nariz ou palato, e podem subir para a região dos olhos ou para os seios da face. A infecção, no entanto, não é transmissível.
Os principais sintomas são: Escurecimento da pele, principalmente na área do nariz; vermelhidão intensa e inchaço dos olhos; visão turva ou dupla; dor na região do peito; dificuldade para respirar e tosse com sangue.
COVID-19
Lotufo explicou que o fungo ainda pode invadir o cérebro e levar à morte. E que o tratamento é feito a base de medicamentos antifúngicos controlados. Em alguns casos, pode exigir a retirada dos tecidos necrosados.
Sobre a manifestação associada a casos de Covid-19, Lotufo coloca que há ‘possibilidades biológicas que a doença se manifeste em pessoas infectadas pelo coronavírus pelas alterações provocadas na mucosa nasal”. O epidemiologista segue acompanhando estudos científicos publicados sobre a doença e as manifestações fora do padrão na Índia, com aumento expressivos dos casos.
Com informações da Carta Capital
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