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Amanda Santos repudia racismo e misoginia no comércio de Caetité

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Em pleno Século 21, a sociedade ainda tem que ver atitudes discriminatórias e preconceituosas. O triste fato aconteceu no comércio de Caetité, no Sudoeste da Bahia, o estado mais negro do Brasil, com 80,8% da população autodeclaradas preta ou parda, segundo o IBGE.

A loja SD Presentes está sendo acusada de racismo e misoginia após colocar um anúncio para contratar uma mulher, “solteira, sem filhos e que se declare expressivamente de cor branca e seja dócil e gentil”. Rapidamente, o fato viralizou na quinta (25), primeiro nas redes sociais e, depois, ganhou repercussão na imprensa brasileira.

Para Amanda Santos, presidenta do Sindicato dos Comerciários de Itabuna e coordenadora da CTB Regional Sul, a sociedade e o comércio devem repudiar o fato. “Em tempos de avanços nos direitos para as mulheres, esse retrocesso é inadmissível. Não podemos aceitar essa atitude absurda contra as trabalhadoras. Nossas entidades atuam para combater o racismo e qualquer tipo de discriminação de gênero”, afirma.

A dirigente destaca que a maternidade tem uma função social importante. “As mulheres geram os filhos que estarão, futuramente, no mercado de trabalho ajudando o comércio e a economia. Por isso, estado, prefeituras e empresas devem garantir creches e condições para as trabalhadoras desenvolverem seu trabalho. Quanto ao racismo, além de ser crime precisa ser combatido no mercado de trabalho diariamente. Muitos sindicatos classistas já assinam convenções coletivas com cláusulas para promover a igualdade racial e de gênero. Vamos lutar para isso se expandir mais”, enfatiza.

CRÍTICAS

Na internet, o fato gerou muitas críticas. Nos comentários, pessoas afirmaram que as exigências impostas são racistas e também misógina.

O portal g1 Bahia tentou contato com o proprietário da SD Presentes e não obteve retorno. Mas, um dos filhos do empresário se pronunciou contrário à atitude do pai, que não teve nome divulgado. Alan Vinícius lamentou e afirmou que ele, o irmão e a mãe discordam da prática. “Não temos nada a ver com a conduta do meu genitor. Nos responsabilizamos tão somente por nossos atos e rogamos para que as medidas cabíveis sejam tomadas a fim de que práticas como essa não se repitam”, escreveu.

Com a repercussão, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité se pronunciou e emitiu uma nota de repúdio. CONFIRA:

Nota de pronunciamento Prefeitura de Caetité

“Diante do fatídico caso de racismo, misoginia e machismo praticado por lojista da cidade de Caetité-BA, ao anunciar vaga de emprego para o seu estabelecimento em sua redes sociais, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja.

O Estado Democrático de Direito não comporta esse tipo de ataque, objetivando sempre a reprovação e prevenção dos crimes, especialmente os crimes de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos.

Discursos e postagens conforme veiculam nas redes sociais só reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que norteiam a nossa República, que vão na contramão de qualquer ato de intolerância, racismo, discriminação ou preconceito.

Este Conselho estará de pé e atuante frente ao caso supramencionado, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido, seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.”

com informações do g1

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