Recém eleito presidente do PCdoB em Itabuna, Wenceslau Júnior concedeu entrevista ao Peleja Blog e falou de vários temas. Atualmente, ele é diretor assistente do diretor presidente da Bahiagás, mas tem em sua biografia atuação como advogado; professor da Uesc e mestrando em Direito; Governança e Políticas Públicas pela Unifacs; membro da Comissão Política Estadual do PCdoB; ex-vereador, ex-vice-prefeito e ex-secretário de Planejamento e Tecnologia de Itabuna.

Peleja Blog – No retorno à Presidência do PCdoB municipal, quais os desafios do partido em uma cidade importante como Itabuna?

Wenceslau Júnior – O PCdoB de Itabuna construiu uma base política sólida ao longo dos últimos 40 anos. Estamos presentes em todas as áreas dos movimentos sociais, contamos com vários quadros experimentados na luta política e ideológica e estamos presentes no legislativo municipal, ininterruptamente, desde 1988. O principal desafio que está em curso é consolidar a renovação partidária. Para atingi-lo, continuaremos investindo na juventude, no respeito à diversidade, na valorização da participação das mulheres, além de reforçar as frentes antirracista, cultural e em defesa do meio ambiente. Investir na formação e aperfeiçoar a estrutura organizativa e o exercício da democracia interna também será prioridade.

PB – Qual a sua avaliação do governo Bolsonaro e a posição do partido em relação a gestão federal?

WJ – Esse é o pior governo da história do Brasil. Ele consegue agregar tudo que existe de pior na sociedade: autoritarismo, fascismo, negacionismo, machismo, misoginia, violência, intolerância, racismo, preconceito, lgbtqifobia, fundamentalismo religioso, oportunismo e corrupção. A posição do PCdoB é isolar e derrotar esse governo para retomarmos o caminho da democracia. Para isso, o partido defende a construção de uma ampla frente política, que conte com todos os partidos democráticos e envolva todas as instituições brasileiras comprometidas com a defesa da Constituição Federal e da democracia.

PB – Como avalia o governo de Augusto Castro?

WJ – O governo municipal tem demonstrado uma vontade muito grande de fazer uma gestão diferente. O prefeito Augusto Castro é um político experiente e montou uma boa equipe. O governo tem demonstrado uma capacidade razoável de captar recursos e executar obras e projetos. Acreditamos no sucesso da gestão de Augusto Castro, que tem recebido um apoio muito significativo do governador Rui Costa. Foi assim durante o momento mais crítico da pandemia e em relação às obras de melhoria da infraestrutura que estão sendo executadas. Ele tem recebido, também, forte apoio do secretário Davidson Magalhães nas áreas de esporte, emprego renda e qualificação profissional.

PB – Como o partido está se preparando para as eleições de 2022?

WJ – O mês de setembro será decisivo para consolidar a estratégia eleitoral do partido. É impossível colocar um time em campo para jogar antes da definição das regras do jogo. Mas, o PCdoB está se preparando para enfrentar o pior cenário que é a proibição das coligações proporcionais, sem federações partidárias e com cláusula de barreira. Mas, estamos confiantes de que essas restrições democráticas serão superadas.

PB – Wenceslau será candidato?

WJ – Essa não é uma decisão pessoal. Nosso projeto partidário sempre foi e será coletivo. Entendo que essa região que engloba o Sul, Extremo Sul, Baixo Sul, Médio Rio de Contas, sempre apresentou nomes fortes para compor o leque de candidaturas. Nosso nome está à disposição do coletivo partidário. Tivemos uma experiência política positiva em 2010, alcançando a primeira suplência para deputado estadual, com 31.832 votos. Mas, a prioridade partidária hoje é a composição de uma chapa forte para a Câmara Federal. Essa definição de pré-candidaturas deverá acontecer no decorrer do mês de outubro.