Um documento com denúncias de assédio e interferência no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) foi entregue a entidades e órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). O material de 36 páginas foi compilado pela Associação dos Servidores do Inep (Assinep).
Os trabalhadores relatam que o instituto vive uma “crise sem precedentes, com perseguição aos servidores, assédio moral, uso político-ideológico da instituição pelo MEC e falta de comando técnico no planejamento dos seus principais exames, avaliações e censos”.
Uma das denúncias se refere ao risco de quebra de sigilo e de intervenção ideológica no Enem deste ano. Segundo o documento, desde as eleições presidenciais de 2018, se vê “uma diretriz do presidente da República [Jair Bolsonaro] para indução ideológica no exame, com críticas reiteradas a diversas questões […]”.
Segundo o dossiê, “depoimentos de servidores indicam pressão política oriunda da presidência do órgão para retirada de questões, sem motivo idôneo, como relatado na imprensa”. Os servidores pedem que haja uma investigação para determinar se houve acesso de pessoas alheias ao processo de montagem da prova e se existiu pedido de retirada de questões.
A Assinep denuncia que a categoria é submetida a “procedimentos constrangedores”, sobrecarga de trabalho, jornadas acima de oito horas diárias e atuação aos fins de semana, além de “clima de insatisfação e adoecimento”, rotatividade de profissionais e “dificuldade de reter pessoal em virtude do aquecido mercado de tecnologia da informação”.
Questionado sobre o relatório, o Inep não havia se manifestado até a última atualização da reportagem.
Com informações do G1
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