Tá osso é uma expressão militar para definir que algo está muito difícil, diferente da realidade de milhares de filhas solteiras de militares no Brasil. Dados da Controladoria Geral da União (CGU), publicados neste domingo (04) pelo Estadão, mostram que o governo gastou R$ 19,3 bilhões com pensões de dependentes de militares em 2020.
Das 226 mil pessoas que recebem este tipo de benefício no País, cerca de 60% são filhas de militares já mortos. O relatório é de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021 e mostra que as pensões nas Forças Armadas são maiores do que as dos servidores civis. Enquanto os benefícios pagos tiveram valor médio de R$ 5.897,57 (em fevereiro), civis ganharam R$ 4.741,19.
Os dados foram divulgados com quase um ano e meio de atraso, após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), motivada por reclamações da agência de dados independente Fiquem Sabendo.
Existem pensionistas de militares recebendo valores acima do teto constitucional do serviço público, hoje em R$ 39,3 mil. Em fevereiro deste ano, 14 ganhavam mais de R$ 100 mil líquidos, depois dos descontos. Mas, teve pagamento de R$ 435,6 mil, feito a uma pensionista menor de 16 anos, filha de um segundo-tenente e cujos dados foram omitidos.
O documento revela que, pelo menos 77 pensionistas ganharam benefícios maiores que o teto constitucional, em fevereiro deste ano. Na média, receberam R$ 80,3 mil cada, consumindo R$ 6,1 milhões aos cofres públicos em apenas um mês.
Nada contra a se receber salários e benefícios previdenciários justos para se ter vida digna, especialmente em um País desigual. Mas, o capitão da reserva do Exército se tornou presidente do Brasil prometendo acabar com absurdos existentes.
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