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Na tragédia indígena, ONG evangélica ganhou R$ 872 milhões

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Como a ONG evangélica Missão Caiuá, explica a tragédia humanitária dos índios yanomamis, após ter recebido, nesses quatro anos, R$ 872 milhões do governo para cuidar da saúde indígena? O mistério maior é quando se olha para os orçamentos do governo federal voltados para o tema.

Entre 2019 e 2022, quase todo o dinheiro foi gasto, mas ainda assim o país se depara com as cenas de horror de crianças, adolescentes e idosos yanomamis morrendo de fome, sede, pneumonia e malária. Tudo indica que os recursos foram mal empregados.

Dados do Portal da Transparência revelam que o Programa de Proteção e Recuperação da Saúde Indígena teve um orçamento de R$ 6,13 bilhões, com R$ 5,44 bilhões gastos (88%). Esses números, no entanto, levam à falsa impressão de que o governo fez a sua parte.

O que a Missão Caiuá, que diz “estar a serviço do índio para a glória de Deus”, recebeu é quase o dobro da segunda entidade que mais teve recursos, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueiredo, com R$ 462 milhões.

A VERSÃO INDÍGENA

Segundo o presidente da Urihi Associação Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami, a ONG Caiuá faz apenas a contratação de médicos e enfermeiros, mas que não têm entrado nas terras indígenas nos últimos quatro anos. Tudo indica que salários foram pagos, mas sem a execução correta do serviço.

Uma outra fonte que trabalhou na Funai, mas que preferiu não ser identificada, diz que a Caiuá contrata pessoal pelo período de um ano, fazendo demissões em dezembro para ir recontratando em janeiro. Isso cria um déficit de pessoal justamente no primeiro mês do ano. O objetivo é evitar o vínculo empregatício.

AVIÕES DE GARIMPEIROS

Para as terras indígenas yanomamis, segundo o Portal da Transparência, R$ 51 milhões, de um orçamento de R$ 59 milhões em 2022, foram executados. Júnior Hekurari Yanomami explica que a maior parte desses recursos contratou aviões e helicópteros, que levam médicos e funcionários à região. Segundo essa fonte da Funai, muitos deles têm como donos os próprios garimpeiros.

“O que houve foi descaso e crime. O dinheiro foi mal gasto e mal planejado. Quase tudo foi gasto com ‘aéreo’. Não sobra nada para comprar medicamentos. O que a gente precisa é de prevenção, um plano de ação e compromisso com as vidas”, afirmou Júnior.

Segundo indígena, os garimpeiros ficam intimidando, ameaçando profissionais para pegar remédios. “Por causa desses problemas foram fechadas seis unidades básicas de saúde. Muitos yanomamis ficaram sem atendimento e morreram sozinhos sem nenhuma ajuda”, disse, denunciando que chegou a ser perseguido após fazer denúncias e exaltando a ida do presidente Lula à Roraima. “Trouxe novamente a esperança para o povo indígena da região”.

com informações de O Globo

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