É louvável a ideia de se popularizar a imagem do Exército brasileiro de junto aos jovens. O jogo fica arriscado quando se quer fazer isso criando um game no valor R$ 3,9 milhões, em um momento de crise no País. O pior nessa história é que esse recurso é insuficiente para um produto viável. Além de representar o dobro do investido no apoio à presença brasileira na Antártida e o mesmo para a pesquisa aeroespacial em 2020.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, especialistas avaliam que, para desenvolver um jogo básico, seria necessário alocar ao menos R$ 15 milhões. “A sensação é de que o investimento é um risco enorme. Não há como construir um jogo com qualidade gráfica realística AAA [padrão-ouro do mercado]. O escopo, utilizando um orçamento limitado como este, é também limitado”, diz Thiago Freitas, presidente da Kokku, agência de games líder no Brasil.
O projeto tem o nome de Missão Verde Oliva e surge no momento de sucateamento das Forças Armadas, segundo o Ministério da Defesa. Pela portaria, de 25 de maio, o plano é ter a licitação com uma empresa nacional completada até o fim do ano, para evitar que o valor destinado a este ano, R$ 875 mil, caia na rubrica de restos a pagar da Força e se perca.
Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que cortes orçamentários podem afetar sua viabilização. “Foi realizado um estudo de viabilidade técnica do projeto. Eventuais cortes orçamentários implicarão revisão de prioridades por parte do Comando do Exército”, afirmou.
IMITANDO TIO SAM
O jogo Missão Verde Oliva foi inspirado no game norte-americano America’s Army, desenvolvido pelo Exército dos Estados Unidos. É um jogo de armas de fogo no qual o objetivo principal é matar o maior número de inimigos possível. Os EUA gastaram mais de R$ 200 milhões para desenvolvê-lo, o trabalhou se iniciou em 1999 e levou dez anos.
Talvez seja melhor o nosso Exército popularizar sua imagem com ações que ajudem o povo brasileiro em suas dificuldades diárias, além da defesa das fronteiras e ações humanitárias.
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