O sábado (26) foi marcado pelas contribuições do movimento sindical baiano para a reconstrução do Brasil com a valorização do trabalho. No auditório do Sinpojud, em Salvador, sindicalistas apresentaram suas proposições ao deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), parlamentar baiano no GT do Trabalho da transição de governo e proponente do debate “Diálogo sobre os desafios do novo governo no mundo do trabalho”.
O evento foi construído em parceria com a CTB Bahia e teve a participação das centrais Força Sindical, UGT e Nova Central. “É muito importante esse debate para o sindicalismo baiano com nossos representantes nas discussões para a transição de governo. A reconstrução do Brasil precisa reverter a precarização do trabalho, aprofundada pela reforma trabalhista. Precisa resgatar direitos importantes, que garantiam proteção aos trabalhadores e as trabalhadoras, diante da exploração patronal. Tem que garantir desenvolvimento econômico com valorização do trabalho”, disse Rosa de Souza, presidenta da CTB.
Para Daniel Almeida, o Brasil devete a onda facista e recuperou o espaço democrático projetando um novo rumo para o País. “Nosso desafio é apoiar Lula para governar bem e melhorar a vida da população, após o governo atual deixar um grande estrago. Tinha que fazer esse debate para ouvir os dirigentes sindicais e levar sugestões para o GT do Trabalho. Precisamos pensar em medidas emergenciais no início do governo e outras ações durante o primeiro ano de gestão, como fortalecer o Ministério do Trabalho e Emprego, que vai conduzir o processo de mudanças no mundo do trabalho”, enfatizou.
Participando pelo Zoom, Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria e membro do GT da Indústria, Comércio e Serviços, destacou que o Brasil vive um momento de vazio sobre discussões importantes. “O País investe menos em ciência, tecnologia e pesquisa, prejudicando nosso desenvolvimento econômico. A Lava-Jato destruiu a capacidade produtiva das nossas grandes empresas. Agora, precisamos de políticas de reindustrialização, como fizeram China, Singapura e Coréia do Sul, por exemplo. É importante essa unidade do movimento sindical em torno de uma agenda comum, através das centrais, para revertermos esse quadro”, afirmou
VOZES E IDEIAS SINDICAIS
Presidente da CTB Brasil e integrante do GT que trata da saúde e segurança no trabalho, Adilson Araújo, destacou que o movimento sindical deverá ter muita unidade e diálogo para reverter o quadro de ‘terra arrasada’. “Vamos levar propostas para os 100 primeiros dias de governo Lula, com prioridade para a PEC da responsabilidade social; salário mínimo de R$ 1.342,00 (reajuste da inflação mais o PIB anterior); fim do Grupo de Altos Estudos do Trabalho [GAET], que precariza as relações trabalhistas; e a criação do Fórum Nacional do Trabalho”, pontuou, afirmando que isso é sem esquecer do fortalecimento da organização e finanças dos sindicatos, bem como das negociações coletivas e do Programa de Valorização do Trabalho.
Marcelo Carvalho (UGT), José Ramos (Nova Central) e Cristiano Freitas (Força Sindical) destacaram a importância de levar para as discuções na transição as plataformas definidas nao Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora).
Marcaram presença no debate dirigentes de entidades representantens de bancários; comerciários; rodoviários; metalúrgicos; trabalhadores da construção civil; setores da saúde, da educação e do judiciário; servidores da Ufba e auditores fiscais do trabalho; motoboys e entregadores de aplicativos.
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