Depois de aprovada na Câmara, a Medida Provisória 1.031, que privatiza a Eletrobras, começou a tramitar no Senado. Mas, já tem resistências contra o que se chama de crime contra o patrimônio nacional.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu o tema, quando parlamentares avaliaram que a venda da estatal resultará no aumento da conta de luz para os brasileiros. “É isso que acontece quando se entrega um serviço essencial à lógica privada, que visa o lucro e não o atendimento de uma necessidade básica de todos”, denunciou o líder da minoria, Jean Paul (PT-RN).

Segundo o senador, o balanço da Eletrobras referente ao ano de 2020 mostra que a empresa registrou lucro líquido de R$ 6,4 bilhões, mesmo com os efeitos provocados pela crise econômica e pela pandemia. “Qual é o sentido de botar à venda uma empresa estratégica e lucrativa, que registra nível de endividamento mínimo e resultados operacionais de excelência?”, perguntou.

Jean Paul disse que o Estado faz a energia chegar onde é necessária e não apenas onde a operação dá lucro. E lembrou que a Eletrobras vem cumprindo tão bem o seu papel que um dos exemplos de resultado operacional da estatal é justamente o socorro à empresa privada que promoveu o apagão do Amapá.

De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), estudos apontam que o setor elétrico tem atraído investimento suficiente para garantir a sua expansão. “Portanto, privatizar a Eletrobras para ter recursos privados para a expansão do setor não é necessário. Entre 2003 e 2018, a capacidade instalada no Brasil cresceu 70%. A Eletrobras tem capacidade para gerar 30,1% de energia e possui 44% das linhas de transmissão. Com a privatização, caminharemos para uma injustiça social. Vai prejudicar principalmente os consumidores”, argumentou.

Com informações da Agência Senado e da Revista Focus