Antes da pandemia que obrigou o fechamento das lojas físicas, o e-commerce representava, em média, 9,2% da receita; hoje são 21,2%
A pandemia provocou um salto na participação das vendas online no faturamento das empresas do comércio varejista brasileiro. Antes da crise sanitária que obrigou o fechamento das lojas físicas, o e-commerce representava, em média, 9,2% da receita. Mas, em julho do ano passado, com apenas quatro meses de pandemia, essa marca mais do que dobrou e foi para 19,8%. E, em junho deste ano, já estava em 21,2%.
“O resultado confirma com números a hipótese de que as empresas aceleraram o processo de digitalização ao longo da pandemia, principalmente para minimizar os impactos negativos da queda de circulação de pessoas nas lojas físicas”, observa o economista Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio, feita pela Fundação Getúlio Vargas.
Os dados fazem parte de um recorte especial da sondagem, obtido com exclusividade pelo Estadão. As vendas online, de acordo com os critérios adotados pelo estudo, incluem os negócios fechados no site, no aplicativo da loja e por WhatsApp.
A rápida digitalização ocorreu praticamente de maneira uniforme em empresas de todos os tamanhos: pequenas, média e grandes. Com a reabertura das lojas físicas, Tobler diz que pode haver uma certa correção nos próximos meses, mas ele acredita que muitas mudanças vieram para ficar. Ele argumenta que essa nova forma de vender atraiu novos consumidores de várias localidades do País e propiciou impacto favorável no negócio dos varejistas.
Outro resultado significativo apontado pela sondagem da FGV é que 49,7% das empresas – quase a metade – não faziam nenhuma venda online antes da pandemia. Em julho do ano passado, essa fatia tinha recuado para 28,4% e em junho este ano estava em 20,2%.
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