Um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo revela que o governo de Jair Bolsonaro (PL) usou o orçamento de 2023 para, entre outras manobras, investir mais em áreas preferenciais de influência do presidente cortando verbas de programas sociais importantes.
O jornal mostra, por exemplo, que o governo destinou R$ 147 milhões para continuar a construção do colégio militar de São Paulo, mas aportou apenas R$ 34,2 milhões para o programa habitacional Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), que Bolsonaro fez questão de desmontar e mudar de nome para desvinculá-lo dos governos petistas. Este valor representa um corte de 95% em relação ao que havia sido proposto para 2022.
A prioridade para área militar segue com o programa Habite Seguro, que financia imóveis para agentes de segurança pública. Este terá, para 2023, o valor de R$ 80 milhões. O mesmo acontece com a construção e reforma de casas funcionais para militares da ativa, cujos recursos para o próximo ano ultrapassam os R$ 78 milhões.
Enquanto isso, o Sistema Único de Assistência Social (Suas) teve um corte de 95% e deve receber apenas R$ 48,3 milhões. “O presidente preferiu focar nas áreas que têm mais a marca dele, coisas que ele já prometeu e que garantem mais fidelidade ao eleitor. Esse é o estilo dele, ao privilegiar as áreas que são base eleitoral”, disse, à Folha, Leonardo Paz Neves, analista do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fonte: Folha de S.Paulo
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