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Após protestos, Equador reduz preço de combustíveis e proíbe mineração em áreas indígenas

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Foram 18 dias de protestos liderados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie). As manifestações que paralisaram o país foram encerradas após um acordo com o governo de Guillermo Lasso. A vice-presidenta da Conaie, Zenaida Yazacama, denunciou as graves violações aos direitos humanos (assassinatos e prisões arbitrárias) e convocou os equatorianos à vigilância nos próximos três meses.

Nesse prazo, os indígenas querem avanços nas áreas de crédito agrícola, educação e saúde. “Nossa mobilização foi pacífica e pudemos demonstrar que agimos com muita capacidade, cautela e serenidade. Em dois dos dez pontos propostos, a Conaie conseguiu o seu objetivo. Mais adiante serão realizadas mesas de trabalho para dar continuidade ao processo de negociação junto aos respectivos ministérios”, explicou Yazacama.

Em relação aos combustíveis, o movimento exigiu que não houvesse mais aumentos, com uma redução de US$ 0,40 por galão [3,78 litros] e o congelamento do diesel em US$ 1,50 e da gasolina extra em US$ 2,10. “Lamentavelmente, o governo colocou travas e baixou em US$ 0,15 o galão, o que não condiz com a necessidade dos produtores. [O valor do galão do diesel ficou em US$ 1,75 e da gasolina em US$ 2,40]”, pontuou.

Outro ponto é o que eles chamam de alívio econômico. “A moratória das dívidas vencidas foi solicitado para que houvesse medidas não apenas do ponto de vista do banco estatal, mas também dos privados, já que muitos de nós somos agricultores, camponeses que contraíram dívidas com eles. São pessoas que solicitaram créditos e que, por ficarem sem trabalho, não têm condições de pagar. São, portanto, temas fundamentais que dizem respeito a todos os cidadãos equatorianos: como garantir um preço justo aos produtos do campo e os direitos dos trabalhadores, com uma política de investimento público para frear a precarização”, ponderou a ativista.

CARESTIA E MINERAÇÃO

A líder indígena criticou a economia dolarizada. “Está tudo muito difícil. O valor da cesta básica ultrapassa o valor do salário mínimo, que é de US$ 408. Não há como sobreviver. Subiram os preços de todos os bens de primeira necessidade e o bolso dos trabalhadores não alcança, nem de longe, para atender as suas necessidades”, enfatizou.

Segundo Zenaida Yazacama, há muito tempo o movimento alerta contra a ampliação da fronteira extrativa, pela exploração da mineração nos territórios indígenas, e pde uma reparação integral pelos impactos ambientais causados. “O que está claro é que nós somos cuidadosos com a natureza, enquanto a atividade petrolífera, há mais de 50 anos em nossos territórios, só nos tem trazido mais pobreza. A riqueza se concentra nas cidades, com a elite. Esta é uma reclamação justa e os indígenas da Amazônia equatoriana vêm lutando para proteger o meio ambiente, para fazer com que se respeite e pare com a contaminação. Ao defender a natureza estamos defendendo os direitos coletivos, os direitos humanos”, afirmou.

com informações do Vermelho e Hora do Povo

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