A rede CNN anunciou que o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, decidiu suspender o contrato da vacina indiana Covaxin. O argumento de que “não é mais oportuno importar as vacinas neste momento”, na verdade, esconde o motivo principal: as denúncias de supostas irregularidades no processo de compra. Mesmo assim, essa decisão revela que o governo teve intenção de adquirir os imunizantes de forma obscura.
Coincidência ou não, a decisão foi tomada após vir à tona um poderoso esquema de corrupção envolvendo a compra intermediado pela farmacêutica Precisa Medicamentos. As irregularidades foram apontadas pelo deputado federal Luis Miranda e seu irmão, o servidor do Ministério Luis Ricardo, que afirmou ter sofrido pressão para finalizar a tramitação da compra do imunizante.
Antes, o Ministério da Saúde havia ignorado parecer Advocacia-Geral da União (AGU), que listava dez recomendações antes de fechar a negociação, como comprovar a qualidade da vacina, explicar o motivo de dispensar estudos com o imunizante produzido na Índia e qual seria a função da Precisa Medicamentos no contrato, apontada como intermediadora.
Entre os absurdos está o valor unitário de US$ 15, o maior pago entre todos os negociados pelo governo Bolsonaro, e o recebimento de 20 milhões de doses até o dia 6 de maio, que não aconteceu. No domingo (27), o Ministério disse que o contrato ainda estava sob análise jurídica e avaliava suspendê-lo.
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