Ainda sob as reflexões do Novembro Negro, um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) confirma a desigualdade racial persistente no Brasil. Houve elevação da informalidade, da subocupação e queda dos rendimentos para homens e mulheres negras, segundo os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo IBGE entre os segundos trimestres de 2019 e 2022.
No total do mercado de trabalho, a taxa de participação (ocupados e desempregados) das mulheres negras foi de 53,3% em 2019, caindo para 52,3% em 2022. Entre os homens negros, as taxas ficaram iguais nos dois períodos: 72,9% (segundo trimestre de 2019) e 72,6% (em 2022). Entre as mulheres e os homens não negros, os patamares de 2022 foram menores do que os de 2019.
Os números seguem revelando as dificuldades que as mulheres negras enfrentam no mercado de trabalho. No segundo trimestre de 2022, elas vivenciavam taxa de desocupação de 13,9%. Para os homens negros, a taxa era de 8,7%; para as não negras, de 8,9%; e para os homens não negros, foi observada a menor taxa, de 6,1%.
RENDIMENTO
A desigualdade também está na médias de rendimento por raça/cor. No segundo trimestre de 2022, enquanto o homem não negro recebeu R$ 3.708 e a mulher não negra, R$ 2.774, a trabalhadora negra ganhou, em média, R$ 1.715, e o homem negro, R$ 2.142.
Isso indica que a mulher negra recebeu, em 2022, 46,3% do rendimento recebido pelo homem não negro. Para o homem negro, essa proporção foi de 58,8%.
Para o Dieese, essas diferenças gritantes precisam ser modificadas a partir de políticas públicas e sensibilização da sociedade. Não importa somente elevar a escolaridade da população negra, mas sensibilizar a o País em relação à discriminação existente no mercado de trabalho, que penaliza parcela expressiva de brasileiros.
com informações do Dieese
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