O sucesso de um transplante de um rim de porco para um humano no Estados Unidos já anima pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Uma pesquisa associada à universidade segue uma linha semelhante, segundo reportagem do Estadão. A projeção é de fazer os primeiros testes desse tipo de transplante com seres humanos no país em dois anos, caso o estudo consiga investimento para construir um criadouro biosseguro (pig facility).
Quem comanda a pesquisa é Silvano Raia, pioneiro do transplante de fígado na América Latina. “Por mais que os dados de laboratório indicassem que estávamos no caminho certo, existiam os céticos. O fato de terem conseguido demonstra que essa linha de pesquisa é promissora”, avalia o cirurgião à reportagem do Estadão.
Para a geneticista Mayana Zatz, o sucesso americano facilita a aprovação de experimentos por comitês de ética brasileiros. “É importante no sentido de mostrar: ‘Olha, já está sendo feito nos EUA’.”
O estudo brasileiro foi concebido por Raia há quatro anos e vem sendo desenvolvido no Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células Tronco da USP, onde se criou um laboratório de xenotransplante (transplante entre espécies diferentes). A iniciativa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da farmacêutica EMS. A parte de engenharia genética, segundo os cientistas, consiste na inativação de genes do porco e na adição de genes humanos.
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