Embora não admita publicamente, a Igreja Universal mantém conversas informais e mantém as “portas abertas” com os dois principais pré-candidatos: Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT). Segundo apurou a reportagem do UOL, com pessoas próximas à cúpula da instituição, o líder da igreja, o bispo Edir Macedo, não deve tomar nenhuma decisão até agosto.
Fato é que, hoje, a Universal ainda mantém o apoio público ao governo Bolsonaro. No Rio de Janeiro, dois bispos mantêm conversas com representantes do PT sobre uma eventual reaproximação com Lula. O deputado federal e bispo Marcos Pereira, presidente do Republicanos, o partido político ligado à igreja, costuma dizer a colegas parlamentares, em conversas reservadas, não ver problema algum em apoiar o petista e ex-aliado.
EMISSÁRIOS
De acordo com o UOL, Edir Macedo negocia apoios sem se expor. Para isso, manda emissários, afirma Ronaldo Didini, membro e pastor da Universal entre 1985 e 1997. “Não é próprio de Macedo tomar esse tipo de decisão pública. Tem vários emissários que fazem a ponte com os candidatos e podem negociar paralelamente. Mas, no final, é ele quem decide”, afirma.
“E ao conversar com os dois lados, não fecha a porta com nenhum deles”, acrescenta Didini. Ele diz que a Universal detém poder único de barganha entre as igrejas evangélicas quando negocia seu apoio em uma eleição presidencial.
RELAÇÃO ESTREMECIDA
Mesmo ainda apoiando o governo, a cúpula da Universal teria concluído que Bolsonaro se preocupa mais “com os seus filhos do que com o povo”. O presidente fora descrito, segundo essa nota à imprensa, como um “um líder frágil” que não estaria dando a atenção necessária questões como a “explosão do desemprego, o crescimento da miséria, a volta da fome com força e a insensibilidade com as mortes causadas pela Covid”.
A reportagem enviou perguntas sobre a eleição presidencial à assessoria de comunicação da Universal, mas não recebeu resposta. O certo é que a igreja só dirá amém em agosto.
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