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Um pé lá, outro cá na relação com Bolsonaro causa “saia justa” e irrita Neto

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Tem expressões populares que continuam pertinentes, especialmente na política. Quem acompanha a relação do presidente nacional do DEM, ACM Neto, observa o seu malabarismo para explicar a relação com o presidente Jair Bolsonaro. É a típica um pé lá, outro cá, mantendo ministros no governo, mas fazendo críticas aos comportamentos do chefe do Executivo.

Isso tem irritado o ex-prefeito de Salvador, como na entrevista à Rádio Interativa FM de Itabuna, na última sexta (17). Ao ser questionado sobre o DEM ser base de apoio do governo Bolsonaro, Neto negou e disse que não poupa críticas “quando elas são necessárias”.

“Quando vejo uma coisa errada, falo e falo mesmo. Nossa prioridade absoluta, enquanto partido, é apresentar um candidato à presidência. Sequer o apoio a Bolsonaro é discutido no Democratas”, disse. “Esse tipo de colocação é uma leitura equivocada”, continuou.

É importante lembrar que a legenda tem nomes no governo: Secretaria Geral da Presidência (Onyx Lorenzoni) e o Ministério da Agricultura (Tereza Cristina). Sem esquecer o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

JOÃO ROMA

Tem ainda o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), indicado por Neto. Nesse caso, o ex-prefeito disse que não poderia falar sobre o ex-aliado. Ele também avaliou que esta contradizia a anterior. “Você diz que o Democratas é base de Bolsonaro. Agora diz que João Roma é base de Bolsonaro. Essa pergunta é fruto de uma leitura inadequada de um projeto político. O que a gente projeta para frente é a confiança na nossa relação com o povo”, afirmou.

Neto foi perguntado se existia racha no Democratas de Itabuna, com a saída de recentes figuras políticas. O ex-prefeito avaliou que a pergunta era baseada em uma “leitura equivocada” e “preconceituosa” do DEM.

RESUMO DA ÓPERA – Um pé lá, outro cá, realmente, causa desconforto e certa confusão. Como presidente nacional do DEM, ACM Neto é responsável por conduzir as decisões do partido. Dizer que não apoia o presidente e manter quadros do partido no governo, não convence. Bom lembrar: na derrota de Baleia Rossi para Arthur Lira para presidente da Câmara, Rodrigo Maia acusou Neto de entregar o partido a Bolsonaro. O senador Rodrigo Pacheco, também do DEM, foi eleito presidente do Senado com o apoio do presidente. Ao jornal O Globo, em julho, quando questionado se o DEM descarta apoiar Bolsonaro em 2022, ele respondeu: “Não tenho que descartar”. É uma relação complicada para explicar e, talvez por isso, algumas perguntas causam irritação.

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