Imagine morar em um lugar que tem tiroteios constantes e perder o emprego porque teve que se proteger antes sair para o trabalho. Na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, aconteceu com uma trabalhadora.
Ela (que não quis se identificar) disse que teve a porta de casa quebrada por policiais durante a operação mais letal do estado, no dia 6 de maio, que matou 28 pessoas. Casada e mãe de uma criança de 2 anos, a mulher definiu a ação como uma “caçada”.
O pior de tudo é que perdeu o seu emprego em uma lanchonete no Grajaú, na zona norte, porque não conseguiu sair de casa em razão dos tiros. Além da queda, o coice: foi demitida por telefone. Ela afirmou que, agora, não conseguirá concluir a faculdade de Gastronomia.
Selecionamos trechos do relato da moradora demitida:
“Eu pago aluguel, tenho filho de 2 anos e usava o salário para pagar minha faculdade de Gastronomia. Eu ajudava meu marido com as contas de casa. E agora estou demitida, fui diretamente atingida por essa operação” … “Quando foi 10h, a bala ainda estava comendo. Ela [a empregadora] me mandou uma mensagem dizendo: ‘Dá um jeito de sair de casa para abrir a loja’. Eu avisei que não dava para sair, que estava cheio de policial. Assim que enviei essa mensagem para ela, bateram na minha porta” … “Fui demitida como se minha vida não valesse nada, como se a vida do meu filho não valesse nada”.
Com informações do UOL
Compartilhe no WhatsApp
Comments