O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou como gostava de uma “bravata”. Disse que acabaria com o cartão corporative, mas gastou mais de R$ 27,6 milhões com ele, segundo mostra a quebra do sigilo de 100 anos para esse ponto, em levantamento pelo jornal Estadão. É o valor mais alto desde que Lula deu transparência aos gostos da Presidência em seu primeiro mandato (2003) e há indícios de superfaturamento.

Com isso, o presidente Lula cumpre a promessa de quebrar todos os sigilos de 100 anos decretados pelo ex-presidente. A planilha mostra a farra com o dinheiro público feita por Bolsonaro. Entre os gastos estão uma nota de R$ 33 mil na padaria de luxo Santa Marta (em 22 de maio de 2021), na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro. O estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo da Presidência durante a gestão Bolsonaro.

Segundo o Estadão, Bolsonaro gastou, nos quatro anos de governo, uma média de R$ 6,9 milhões por ano. O maior gasto foi com o Ferrareto Hotel, onde Bolsonaro se hospedava no Guarujá, no litoral paulista: R$ 1,46 milhão. Há indícios de superfaturamento, pois as diárias variam entre R$ 436 a R$ 940. Considerando um valor médio de R$ 500, Bolsonaro teria desembolsado um valor para pagar 2,9 mil diárias no hotel.

MERCADO GOURMET E MOTOCIATAS 

Em um mercado gourmet de Brasília, Bolsonaro desembolsou cerca de R$ 678 mil em 1,2 mil compras realizadas nos quatro anos. Tem os gastos extraordinários, que coincidem com as motociatas realizadas pelo país. Entre 9 e 10 de julho de 2021, em Porto Alegre, Bolsonaro gastou R$ 166 mil em 46 despesas, concentradas em hospedagem, alimentação e combustível.

O valor de R$ 27,6 milhões faz de Bolsonaro o presidente que mais gastou com o cartão corporativo em quatro anos de governo. Com dados corrigidos, Lula gastou R$ 22 milhões (tanto no primeiro, quanto no segundo mandato).

com informações do Estadão