A proposta de 5% de reajuste feita pelo governo Bolsonaro (PL) foi rejeitada pelos servidores federais. Para a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), a proposta aprofunda o processo de corrosão da renda da categoria, com o achatamento de salários em momento de crescimento dos preços do aluguel e a inflação dos alimentos e combustíveis.
“O salário dos servidores está desvalorizando ano a ano com o aumento da inflação, que está entre os maiores índices do século 21, comparável aos período 2002/2003 e 2015/2016. Com os gastos básicos subindo e o salário derretendo, as condições de vida dos servidores estão piorando, junto com a insegurança para exercer as atividades durante a pandemia e as ameaças das ‘granadas’ de um governo que classifica quem trabalha no setor público como inimigo”, disse o dirigente da Fenajufe Thiago Gonçalves.
A mobilização dos servidores cresceu no final do ano passado. “Não queremos privilégios nem aumentos salariais em um momento de profunda crise econômica e social. Defendemos que seja feita a recomposição inflacionária de 19,99%, referente às perdas inflacionárias desde 2019. A Fenajufe, em nome dos servidores da União do Judiciário de todo Brasil, procurará o Presidente do STF e demais Ministros da Corte, mais uma vez, para expor a situação e aprovar uma recomposição que esteja de acordo com a Constituição Brasileira”, afirmou Gonçalves.
RIDÍCULO
Servidores federais da educação também rechaçaram os 5%. Coodenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão disse que a proposta foi feita de um modo “nada republicano e nem aceitável”, o que pode agravar ainda mais o tipo de relação que o governo de Jair Bolsonaro tem com os trabalhadores.
“Os servidores querem sentar na mesa e apresentar propostas para serem discutidas. Nós estamos o tempo todo na porta do Minitério pedindo para que se abra uma mesa de negociação. O mais correto seria o governo chamar a gente e colocar na mesa a proposta que apresentou, para dialogarmos, discutirmos, levarmos pra base por mais ridícula que ela seja, destacou Lobão.
Ele destacou que a inflação acumulada no governo Bolsonaro ultrapassa em muito a casa dos 20%. “5% de reposição de perda? A inflação dos três primeiros meses de 2022 já chega a 3,2%. Vamos chegar a 5% em quatro meses. Depois de cinco anos de congelamento, é justo que o trabalhador aceite de bom grado 5%? Estamos pedindo ao governo neste momento que nos receba em mesa de negociação e nos apresente uma proposta, que seja esses míseros 5%, que nao atende às necessidades básicas dos servidores. Faremos o debate na base e daremos um retorno para o governo”, disse o dirigente.
DESLEAL
Também ficaram insatisfeitos com os 5% os delegados da Polícia Federal. A categoria se disse “indignada” com a “quebra desleal de um compromisso” por parte de Bolsonaro, mas não deu detalhes. No começo do ano, de olho no apoio desses servidores, o presidente falou em reajuste, o que colocou mais lenha na fogueira da mobilização das demais categorias federais.
com informações da CUT Nacional
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