O relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), havia excluído o reajuste dos policiais do seu relatório. Mas, recebeu um telefonema do presidente Bolsonaro e reservou R$ 1,74 bilhão para a recomposição salarial dos policiais. Isso provou reações em categorias do funcionalismo federal, como servidores do Banco Central (BC) e da Receita.
Em carta ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, 45 chefes de departamento da autarquia anotam ter recebido com “profunda estranheza e indignação as tratativas para reajustes salariais para determinadas categorias do serviço público, alijando outras.” Afirmam que a providência gera “evidente assimetria de tratamento.”
O documento realça a insatisfação dos funcionários do BC: “Importante trazer ao conhecimento da diretoria que os servidores em geral manifestam clara e fortemente que seria um golpe muito duro, uma grande decepção, serem deixados de fora desse movimento de recomposição.”
O ministro Paulo Guedes (Economia) alertara o presidente sobre o risco de uma escalada de reivindicações salariais.
AUDITORES AMEAÇAM PARAR
Auditores da Receita Federal estão se preparando para entregar cargos em protesto por não ter sido regulamentado um bônus de produtividade para os servidores. Segundo a Folha, ao menos 20 auditores já pediram exoneração.
Eles reclamam do corte orçamentário para o órgão em 2022. O relatório da proposta do Orçamento de 2022, promovia um corte de 675 milhões de reais na verba para a gestão das soluções informatizadas da Receita, como os softwares ligados à arrecadação e administração do imposto de renda.
Originalmente, a previsão era de R$ 1,3 bilhão para essa finalidade. Em nota, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), Kleber Cabral, alega que esse corte seria usado para custear o reajuste salarial para policiais.
Com informações de Exame e Folha de S.Paulo
Compartilhe no WhatsApp
Comments