As relações comerciais entre países também podem ser impactadas por uma guerra do outro lado do Planeta, como o conflito entre Rússia e Ucrânia. Segundo o setor ruralista brasileiro, isso deve gerar um processo inflacionário no setor agropecuário.
O resultado prático é que os alimentos podem aumentar seu custo, pois, a Rússia é a principal fornecedora de fertilizantes do Brasil. Isso porque o Brasil se tornou altamente dependente de agrotóxicos importados da Rússia. Tal política foi privilegiada no governo Bolsonaro em detrimento da agroecologia.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que monitora os impactos no setor, a guerra tem potencial para interromper o fornecimento de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássio vindos da Rússia.
“Muitos produtores não fecharam a compra de fertilizantes diante da queda projetada nos preços dos insumos a partir do segundo trimestre. Agora, precisamos rever as estratégias, é algo que pode mexer com o próprio abastecimento brasileiro”, declarou Bruno Lucchi, diretor da entidade.
PODER DO POTÁSSIO
O que mais preocupa os produtores é o fornecimento de potássio. a Belarus é responsável por 20% do abastecimento e já enfrenta problemas para exportar o insumo. A Ucrânia e a Rússia “representam 40% do mercado mundial de potássio. Com problemas nos dois países” haverá falta de potássio na próxima safra.
A CNA avalia que, além do Brasil, boa parte do mundo deve ser afetada pelo conflito e prevê uma cadeia inflacionária que deve afetar o consumo das famílias diante da alta de preços. “Caso a guerra se prolongue e provoque desdobramentos geopolíticos, haverá problema de ordem mundial”, diz a CNA.
O preço da carne, que vem numa escalada de alta de acordo com IPCA, também pode subir diante do conflito no Leste europeu. A Rússia é um dos principais compradores de carne suína e bovina do Brasil.
Com informações do Valor Econômico
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