Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura de Salvador decidiu cancelar a tradicional Festa de Iemanjá, no Rio Vermelho, por conta do aumento de casos de Covid-19 e alta taxa de ocupação de leitos. Nesta quarta-feira, 2, está proibida qualquer emissão de ação sonora em todo o trecho da Avenida Oceânica, entre o restaurante Sukiyaki e a Vila Caramuru, além da atuação do comércio ambulante nas vias, o acesso às praias entre o restaurante Sukiyaki e a Colônia de Pescadores Z1. Bares e restaurantes poderão atuar em horário normal, apenas com som ambiente. O trânsito na Avenida Oceânica está liberado sem interferências.
Na noite de terça, 1º, tapumes foram colocados pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e o acesso às praias do Rio Vermelho só será permitido a partir de quinta, 3. O órgão também está fiscalizando o comércio informal e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) irá fiscalizar os bares e restaurantes.
“Como é dia de semana, o que geraria um grande movimento no Rio Vermelho seria a Festa de Iemanjá, mas, como não vai ter, é um dia normal, trânsito fluindo normalmente. Estaremos com cinco guarnições no perímetro”, informou Marcelo Silva, inspetor geral da Guarda Civil Municipal (GCM).
Marcelo explica que o momento religioso dos pescadores fica preservado e o presente será levado diretamente à embarcação. “Está tudo tranquilo e eu espero que as pessoas respeitem essa adaptação, entreguem seus presentes em outros locais e aproveitem os 63 km de praia da nossa cidade, 64 km incluindo as ilhas”.
Nilo Silva, pescador e coordenador da organização da Festa de Iemanjá, que é feita pela colônia de pescadores Z1, confirma que não há nenhuma comemoração e que o presente sai às 8h, como definido pela Marinha. Ninguém poderá acessar a colônia. O presente principal foi preparado por Pai Ducho de Ogum, do terreiro Ilê Axé Awa Ngy, que realizou a celebração no Dique do Tororó, 0h desta quarta, para Oxum.
Valmir Alves, conhecido como “Tomate”, é barqueiro há 35 anos e há 20 é responsável por levar o presente principal ao mar. “A Festa de Iemanjá para mim é tudo, onde eu me criei, eu tiro tudo do mar e venho de uma família de pescadores. Eu vou para o Dique para a entrega do presente de Oxum e depois, a gente vai direto para o Rio Vermelho”.
O jardineiro Kal Antônio, 50 anos, lamenta o baixo movimento no Rio Vermelho, pois trabalha vendendo rosas no dia da festa. “A Festa de Iemanjá é muito importante para todo mundo, o cancelamento da festa é um prejuízo, poucas pessoas compraram rosas, foi mais da igreja. Antes da pandemia, eu vendia de 800 a 1.200 rosas e hoje acho que vendi em torno de 100 apenas”, relata.
Com informações A Tarde
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