Em nota, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Seção Bahia (CTB Bahia) criticou a decisão do governo estadual de publicar licitação que abre caminho para a privatização da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás).

O documento assinado pela direção estadual da entidade mostra vários dados sobre a importância da empresa para a economia do estado, sendo lucrativa e eficiente. Confira o a nota na íntegra:

É inoportuno Governo Rui privatizar a Bahiagás, empresa lucrativa e estratégica

O movimento sindical foi surpreendido pelo governo baiano com a licitação para a privatização da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) de 14 de setembro. A CTB Bahia, que sempre tem apoiado governos democráticos (como o governo Rui Costa), se vale da sua autonomia sindical frente ao Estado para questionar o momento inoportuno de tal medida.

Anunciar a privatização de uma empresa essencial para o desenvolvimento de um setor estratégico e da própria Bahia, sem um amplo debate é contraproducente nesse momento. A Bahiagás está para o nosso estado como a Petrobras está para o Brasil.

É importante fazermos algumas reflexões. Quando se fala em privatização de estatais, o argumento falso é de que o Estado precisa se concentrar no que é mais importante e que não dê prejuízo ao dinheiro público. Ora, a Bahiagás mostra justamente o contrário: é uma empresa que dá lucro atuando em um setor estratégico.

Soa estranho que o Governo anuncie a privatização após ter oficializado, no dia 25 de julho desse ano, a compra das ações da Gaspetro na Bahiagás, passando a ter 75,5% das ações da Companhia (anteriormente eram 51%). O argumento do secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, foi que a operação valoriza a empresa, companhia estadual com o maior portfólio de supridores de gás natural do país e que registrou lucro em 2021. Isso garantindo o desenvolvimento socioeconômico do estado e cumprindo sua missão de levar gás natural para todas as regiões do estado, como indutor de desenvolvimento.

Não é razoável privatizar uma empresa que mais que dobrou seu lucro em 2021 e anunciou que investirá, até 2026, quase R$ 1 bilhão no estado. Isso para expandir a infraestrutura de distribuição de gás natural, interiorizar o uso do energético, além de estudos para a implantação de redes urbanas em novos municípios e o atendimento a novas áreas industriais.

Não faz sentido privatizar a maior concessionária de gás canalizado em volume movimentado do Norte-Nordeste e a terceira maior do país. Uma empresa que está presente em diversos municípios baianos, gerando empregos e renda. Que registrou, em 2021, um lucro líquido de cerca de R$ 117 milhões, aumento de 112% em relação a 2020 (R$ 55,3 milhões). Que seu EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 168 milhões, significando 72% superior a 2020 (R$ 97,5 milhões).

Por tudo isso, somos contra a privatização da Bahiagás, um patrimônio da Bahia e dos baianos. Conclamamos a todos a defenderem que a empresa siga vinculada ao Estado. Que o governador Rui Costa reveja essa infeliz decisão, pois o momento é de mudar o Brasil e fazer a Bahia seguir avançando, com o Estado sendo indutor do desenvolvimento utilizando, principalmente, a força das empresas públicas estratégicas.

A direção da CTB Bahia