“Tem que decidir se a prioridade é a vacina ou o absorvente”. Assim falou a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, ao defender o veto de Jair Bolsonaro à distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda.
Ela comentou o fato nesta sexta (8), durante um evento em Francisco Beltrão, no Paraná. Segundo a ministra, o governo federal ofertará absorventes íntimos “na hora certa”, pois atualmente todo orçamento do Ministério da Saúde é direcionado para remédio e vacina.
Na proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado, os itens básicos de higiene deveriam ser distribuídos para estudantes de baixa renda de escolas públicas e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. O texto previa que o dinheiro viria dos recursos destinados pela União ao SUS e, no caso das presidiárias, do Fundo Penitenciário Nacional.
A decisão trouxe novamente ao debate o conceito de “pobreza menstrual” e a dificuldade de promover políticas públicas capazes de acolher esses públicos.
Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), disse que a ministra coloca em discussão um falso dilema. “Se a disputa se dá por espaço no orçamento, é só verificar o custo que seria para termos um programa que dá dignidade às mulheres e o custo de eventos sem nenhum significado prático para o país, como motociatas. O dilema posto é falso. Poderia ser cortado gastos com propaganda institucional, por exemplo. Mas nunca afirmar que o veto se dá porque não haveria recursos para vacinação. Isso não faz nenhum sentido”, criticou.
Com informações do G1
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