Em despacho ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a delegada Denise Ribeiro afirma que coletou no inquérito das milícias digitais elementos de uma ação orquestrada de bolsonaristas na difusão de desinformação e ataques às instituições.
A atuação seria por meio do “autodenominado gabinete do ódio”, que produz conteúdos para atacar pessoas previamente escolhidas pelo grupo de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). O modelo orquestrado teria como finalidade criar e deturpar dados para “obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos”.
Denise informou sobre o início da sua licença-maternidade, indicou a necessidade de continuidade nas investigações e sugeriu um investigador substituto. Para a delegada, há “lacunas que precisam ser preenchidas, indicadoras da necessidade de realização de novas diligências voltadas à individualização dos fatos praticados, com indicação de autores e partícipes”.
A manifestação da delegada acontece no momento em que Moraes autorizou que o presidente Jair Bolsonaro passe a ser investigado no inquérito por causa do vazamento da apuração sobre o hacker do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para ela, nesse caso, assim como o da live em que Bolsonaro atacou sem provas as urnas e os apurados no inquérito das fake news, possui “correlação e revelam semelhança no modo de agir” do grupo investigado no inquérito das milícias digitais.
Segundo a delegada, o material coletado aponta para “existência de eventos que, embora não caracterizem por si tipos penais específicos, demonstram a preparação e a articulação que antecedem a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse”.
Com informações do UOL
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