Mesmo não indiciando Jair Bolsonaro (PL), sob a justificativa de que ele tem foro privilegiado, a Polícia Federal concluiu que houve crime quando, em uma live, o presidente divulgou informações sigilosas de uma investigação.
Segundo a PF, o crime cometido na live foi o de divulgação de segredo. As conclusões serão entregues ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelo caso. Ele encaminhará os documento da PF para a Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar se vai denunciar os investigados, pedir para aprofundar as investigações ou arquivar o inquérito.
Em tese, também existe a alternativa de Moraes autorizar a PF a pedir o indiciamento. O inquérito investigou uma live do presidente nas redes sociais, em agosto de 2021. Na ocasião, Bolsonaro estava acompanhado do deputado Filipe Barros (PSL-PR), e mencionou dados sigilosos de uma apuração da PF sobre ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A PF concluiu que Barros também cometeu crime, mas ele não foi indiciado, pelo mesmo motivo de foro privilegiado. “O inquérito policial mencionado continha diligências investigativas sigilosas em andamento e que não deveriam ter sido publicizadas a particulares, pois estavam relacionadas à apuração em curso”, escreveu a PF.
REPERCUSSÕES DANOSAS
Procurado, o Palácio do Planalto não se manifestou. O deputado Filipe Barros divulgou nota afirmando que nenhum crime foi cometido pelo presidente ou por ele.
A PF disse ainda que a divulgação dos dados sigilosos teve repercussões danosas para a administração pública e que foi usada para dar “lastro” a informações “sabidamente falsas”. Na live, Bolsonaro tentava descredibilizar as urnas eletrônicas.
Com informações do G1
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