O relatório final da Polícia Federal (PF), sobre as investigações em relação a tentativa de golpe de Estado no Brasil aponta que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) “efetivamente planejou, ajustou e elaborou um decreto que previa a ruptura institucional”. Os investigadores dizem que ele tinha “plena consciência e participação ativa” nas ações.
As conclusões são taxativas no documento. “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, diz trecho do relatório, sendo preservada aqui a grafia original.
O documento afirma, ainda, que o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, aprovou o plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Também revela adesão de militares de alta patente à trama, como ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos. Mensagens obtidas pela investigação afirmam que “tanques no Arsenal” da Força estavam “prontos” para o golpe.
PRESSÃO SOBRE AS FORÇAS ARMADAS
A Polícia Federal também cita as reuniões em que os comandantes das Forças Armadas teriam sido pressionados a aderir ao intento golpista. Em 7 de dezembro de 2022 foi realizada a primeira reunião, onde, “após ter realizado pessoalmente ajustes na minuta do decreto presidencial, JAIR BOLSONARO convocou os Comandantes das Forças Militares no Palácio da Alvorada para apresentar o documento e pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático de Direito”, destaca o documento, ressaltando que o comandante da Marinha, Almirante Garnier, havia aderido.
Com as duas recusas, Bolsonaro se reuniu, em 9 de dezembro de 2022, com o general Estevam Theóphilo, comandante do Comandante de Operações Especiais (COTER), que aceitou executar as ações a cargo do Exército e capitanear as tropas terrestres, caso o então presidente assinasse o decreto.
com informações do g1 e Revista Fórum
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