A Petrobras anunciou, nesta sexta (3), nova redução no preço da gasolina. É o quinto corte desde o início do ano e o terceiro desde que a nova política de preços foi divulgada. Agora, é de R$ 0,14 por litro, ou 5,3% no preço médio de venda para as distribuidoras. Com isso, o valor do litro que sai das refinarias da estatal passará a ser de R$ 2,52 por litro.
Para variar, o anúncio foi mal recebido no mercado, e as ações com voto (ON) da estatal recuaram 5,13%, negociadas a R$ 33,10. Na avaliação dos analistas, a decisão da Petrobras busca compensar a reoneração integral de impostos.
A empresa perdeu R$ 21,7 bilhões em valor de mercado e agora vale R$ 411,77 bilhões. Na avaliação Abicom (associação dos importadores), a redução no preço da gasolina não é justificável do ponto de vista técnico. O preço médio da gasolina praticado já estava R$ 0,34 abaixo do preço de paridade internacional (PPI). Sob essa ótica, a expectativa seria de aumento: “Tudo leva a crer que foi uma ação da Petrobras visando reduzir o impacto do aumento da carga tributária, uma vez que houve a volta dos tributos PIS/Cofins e Cide”.
NOVA POLÍTICA E INFLAÇÃO
Vale lembrar que a Petrobras adota uma nova política de preços e não mais a paridade internacional. Em relatório, analistas do Itaú BBA destacam que o novo preço de R$ 2,52 bate com as estimativas do banco para a faixa de preço considerada na nova estratégia comercial da companhia. “Isso reforça nosso entendimento de que a companhia pode estar explorando o limite inferior da atual faixa de preço da gasolina desde o primeiro dia da atual nova estratégia comercial, conforme nossas estimativas”, afirmam os analistas do banco, para os quais o corte compensará parcialmente a devolução dos tributos federais sobre a gasolina.
RESUMO DA ÓPERA – Bolsa de Valores nunca se preocupa com a situação geral do povo de um país. Para especuladores financeiros, tanto faz se o preço de qualquer produto impacta a economia e a vida das pessoas. É papel do Estado – e de seus órgãos e empresas públicas – atuar para garantir que a sociedade, especialmente quem mais precisa, não sofra os impactos negativos de medidas econômicas e políticas. Preço de combustível influencia no valor do gás de cozinha das famílias em casa e de pequenos comerciantes, por exemplo. Por isso, a Petrobras precisa impedir altas absurdas e, se for preciso, tem que reduzir preço.
com informações de O Globo
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