Para quem ainda acha que no Brasil o racismo estrutural é fantasia, uma pesquisa coordenada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), divulgada nesta terça (15), detalha esta situação em números. Pessoas negras são as mais abordadas pela polícia na cidade do Rio de Janeiro, em todas as situações.
Batizado de Elemento Suspeito, o estudo mostra que 63% de todas as pessoas abordadas pela polícia na capital fluminense são negras. Cerca de 79% dos que tiveram suas casas revistadas pela polícia eram negros. Essas pessoas representam ainda 68% daqueles que foram abordados andando à pé e 71% no transporte público.
“O papel dos agentes policiais camufla os papéis igualmente decisivos de delegados, promotores, juízes e agentes penais na manutenção e reprodução cotidiana do racismo. Puxamos o fio de uma meada: o ‘elemento suspeito’ depois se confirma como ‘culpado’ e, depois, como ‘criminoso condenado’, cumprindo ‘pena de prisão’, que, por sua vez, produz o perfil do elemento suspeito: o chamado círculo vicioso”, diz Silvia Ramos, coordenadora da pesquisa.
Outro dado do estudo que chama a atenção é o de que 74% dos que tiveram um parente ou amigo morto pela polícia são pessoas negras.
A pesquisa foi realizada no ano de 2021 e dividida em 2 partes: uma quantitativa, com um rastreamento de 3.500 pessoas em pontos de fluxo da cidade e 739 entrevistas feitas pelo Instituto Datafolha. A segunda parte, qualitativa, contou com entrevistas com moradores de favelas, motoristas de aplicativos, entregadores, mulheres e policiais. Veja a pesquisa detalhada AQUI.
Com informações da Revista Fórum
Compartilhe no WhatsApp
Comments