A 8ª rodada do Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria, realizada pelo Datafolha, mostra que, apesar das taxas de juros ainda elevadas, os líderes da micro e pequena indústria estão com perspectiva otimista sobre do futuro de seus empreendimentos. O estudo foi realizado entre junho e julho de 2023.

Segundo os números revelados, quase metade dos entrevistados (49%) acredita que a situação de suas empresas vai melhorar no próximo mês. Cerca de 39% projetam uma trajetória de estabilidade, enquanto 8% admitiram preocupações sobre os rumos futuros. O nível de satisfação das micros e pequenas indústrias saltou de 121 pontos no bimestre anterior para 127 pontos, em uma escala de avaliação que vai até 200 pontos.

ACESSO AO CRÉDITO

Mesmo com otimismo, há obstáculos que influenciam o setor, particularmente quando se aborda o acesso ao crédito. Quase 40% das empresas que buscaram empréstimos ou financiamentos tiveram negativa. A maior preocupação está na taxa de juros, apontada por 44% dos empresários da micro e pequena indústria como a principal barreira à obtenção de crédito.

Cerca de 26% dos empresários apontaram a insuficiência de opções adequadas em termos de linhas de crédito, 9% salientaram restrições vinculadas a passivos anteriores, enquanto 8% citaram a necessidade de garantias como entrave. Apenas 2% consideraram o prazo de pagamento como um fator crítico.

Para Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria, a redução de 0,5% na taxa Selic não é suficiente para aplacar a situação do setor. “Enquanto as taxas básicas podem encerrar o próximo ano em torno de 12%, enfrentamos um contexto onde as taxas de crédito para pessoa jurídica que estão em dia flutuam entre 60% e 80% ao ano. A discrepância é notável e coloca um peso considerável sobre o setor, requerendo uma abordagem mais abrangente para verdadeiramente impulsionar o crescimento e aliviar os desafios enfrentados pelas pequenas e médias empresas”, ressalta.

com informações do Bahia Econômica