Pela primeira vez, a Procuradoria-Geral da República (PGR) cita nominalmente o presidente Jair Bolsonaro dentro do inquérito, em um documento sigiloso enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre os atos antidemocráticos do 7 de setembro, o órgão identificou que a organização dessas manifestações teve início após uma convocação feita pelo chefe do Executivo semanas antes.
Entretanto, a PGR não deixa claro se o presidente é investigado neste caso, nem descreve quais seriam os eventuais crimes cometidos por ele em função de seu vínculo com os atos. Os ataques dele à Corte já também já lhe renderam a inclusão como investigado no inquérito das fake news.
A Procuradoria também tenta rastrear a participação de ministros do governo na organização desses atos. Para a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, responsável pelo caso, a convocação para ataques às instituições teve início em 15 de agosto, quando Bolsonaro teria divulgado mensagem para seus contatos no WhatsApp defendendo a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias à sua gestão.
“A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria ‘contragolpe’ aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto do presente ano”, escreveu.
O GLOBO teve acesso, com partes inéditas do inquérito, que tramita em sigilo no STF e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
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