Quem também usufruiu do cartão corporativo da Presidência durante o governo Bolsonaro foi o seu partido, o PL. Gastos de alimentação e higiene da legenda foram pagos durante ato de campanha de Jair Bolsonaro, em Teresina (PI). As notas no valor total de R$ 987,40 foram emitidas em nome da legenda, em 14 de outubro de 2022.
O ex-presidente estava acompanhado do senador Magno Malta, que também teve a hospedagem paga com o cartão. O senador ficou no Hotel de Trânsito dos Oficiais, que pertence ao Exército. Foram 14 diárias pagas com dinheiro vivo sacado com o cartão corporativo. A pernoite de Magno Malta custou R$75,42 aos cofres públicos.
Já outra nota de R$ 19 mil foi emitida para compra de 300 kits lanches executivos (R$ 35 cada) e 100 refeições (R$ 50 cada). O cartão presidencial também foi usado para bancar hospedagens, que somam R$ 20,5 mil. A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa do PL, mas não obteve retorno, e não conseguiu contato com o senador Magno Malta.
O portal Uol havia revelado que o cartão corporativo foi usado para pagar ao menos R$ 697 mil em despesas de viagens de campanha de Bolsonaro, entre agosto e novembro. De acordo com o site, “a lei prevê que o partido ou a coligação deve ressarcir a União em gastos de transporte pessoal do candidato e sua comitiva durante o período eleitoral, em um prazo de dez dias, mas nada fala sobre os demais gastos”.
NÃO PODERIA
Segundo Thiago Dias, professor de Administração Pública da UFRN, os gastos de campanha não podem ser pagos com o cartão corporativo. “Não pode misturar. As contas de campanha têm que ser pagas com o recurso e com a conta específica da coligação do candidato”, afirmou, ressaltando que o uso do cartão corporativo seria justificado caso a visita de Bolsonaro em Teresina estivesse associada a algum evento oficial na condição de presidente. Mas, na agenda do ex-presidente não há registro de compromissos oficiais da presidência no dia 15.
com informações da Agência Pública
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