Mostrando capacidade de buscar inovações para seus agricultores familiares, o Movimento Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) firmou parceria com o Consórcio Nordeste, através do governo do Rio Grande do Norte, a Associação Internacional para a Cooperação Popular (AICP), a Universidade Agrícola da China e a Associação de Fabricantes de Máquinas Agrícolas chinesa.
O resultado inicial é a chegada, em novembro, de 25 máquinas voltadas à agricultura camponesa. A parceria foi reforçada em solo chinês por João Pedro Stedile, liderança do MST, e a governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), quando visitaram o país junto com o presidente Lula (PT), em abril.
O intercâmbio com o gigante asiático começou com a vinda de uma delegação de 14 representantes da universidade chinesa ao Brasil entre o dia 10 e esta terça (18). Os chineses conheceram a Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST e, depois, um grupo foi para a Bahia e outro para o Rio Grande do Sul. No Nordeste, visitaram as unidades produtivas do MST no município de Prado (BA) e a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto. No Sul, passaram pelas cooperativas da cadeia de produção de arroz orgânico do movimento.
Em seguida, os integrantes da Universidade Agrícola da China foram ao Rio Grande do Norte, onde visitaram a cidade de Apodi (RN), que vai sediar a unidade demonstrativa onde as máquinas agrícolas de diferentes modelos devem chegar e ser testadas em novembro.
DESIGUALDADE NO ACESSO À MECANIZAÇÃO
“Esse processo de cooperação é no sentido de a gente superar uma lacuna histórica no Brasil no que se refere ao processo de mecanização e acesso à tecnologias pela reforma agrária”, avalia Débora Nunes, da direção nacional do MST.
Dados do último Censo Agropecuário, divulgado em 2017, mostram que, entre os produtores da agricultura familiar no Brasil, 88% trabalham manualmente, contando apenas com a ajuda de animais. No Nordeste, a desigualdade no acesso à tecnologia é mais acentuada. A região concentra cerca de 50% da agricultura familiar de todo o país. Apenas 1,5% destes camponeses trabalha com maquinário.
com informações do Brasil de Fato
Compartilhe no WhatsApp
Comments