A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul não atinge outras cidades do mundo, graças ao arquiteto e urbanista chinês, Kongjian Yu, que criou o conceito de “cidade-esponja”. Trata-se de uma das ideias mais inovadoras nessa área, onde espaços urbanos são desenhados para absorver e drenar grandes volumes de água. Isso de forma natural, como em uma floresta. Quando colocadas em práticas são capazes de reter cerca de 70% da água de chuva.
Considerado um dos maiores arquitetos do mundo, o chinês conversou com o Fantástico em Nova York. “Eu sou de uma pequena vila que tem um rio. Vivi 17 anos como agricultor, isso me ensinou como trabalhar com a natureza”, disse. A vila fica em uma área de monções, onde chove sem parar no verão. Quando se mudou para cidade grande, Yu entendeu por que elas inundam. “A natureza se adapta, é viva. O conceito de cidade-esponja é baseado no princípio de que a natureza regula a água”, explicou.
GRIFO NOSSO – Um detalhe importante na reportagem é a presença de uma arquiteta brasileira, que é gaúcha e conhece essa técnica. Enquanto autoridades e grande parte da sociedade acharem que problemas climáticos são “coisas” de ambientalistas chatos, ideias inovadoras como essa – conhecida já havia algum tempo – deixarão de ser implementadas para salvar vidas e impedir a destruição de cidades inteiras.
Sua revolução o tornou consultor do governo chinês. Yu Já projetou obras em mais de 70 cidades, que hoje são capazes de receber mais chuva do que caiu agora no Rio Grande do Sul. Ele explica que há três pontos principais em todos os projetos que faz.
>> Primeiro: reter a água assim que ela cai do céu: ele diz que 20% da área de toda fazenda tem que ser reservada para água em sistemas de açudes, para que ela não acabe toda indo pro rio principal. E que tem que haver áreas grandes permeáveis: porosas, não pavimentadas.
>> Segundo: diminuir a velocidade dos rios – “Quando você desacelera a água, você dá a oportunidade pra natureza absorvê-la. Para desacelerar, você usa a vegetação e cria um sistema de lagos”.
>> Terceiro: adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagáveis, para onde a água possa escorrer sem causar destruição: criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a água possa ser contida por um tempo e, depois, rapidamente absorvida pro lençol freático sem invadir as casas.
com informações do g1 e Revista Fórum
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