Grandes ações de fiscalização, realizadas em agosto de 2023 no país, resultaram no resgate de 532 trabalhadores em condições análogas à escravidão. A Operação Resgate III é uma ação conjunta resultado de parceria entre seis órgãos: Polícia Federal (PF), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo os relatos, os estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais (204), Goiás (126), São Paulo (54), Piauí (42) e Maranhão (42). Na área rural, as atividades com maior número de vítimas foram o cultivo de café, de alho, batata e cebola. Na área urbana, os maiores resgates foram em restaurantes, oficinas de costura, construção civil e trabalho doméstico.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, o objetivo da operação é provocar a sociedade e o empresariado brasileiro de todos os segmentos sobre a questão dos direitos trabalhistas “Não é possível que a gente continue tendo empresas, instituições e pessoas físicas que coloquem o seres humanos sujeitos ao trabalho análogo à escravidão. É uma agressão aos direitos humanos, é inaceitável e precisamos dar um basta nisso”, declarou.
Em relação à operação realizada no ano passado, houve um aumento de 57,8% no número de trabalhadores resgatados. No primeiro semestre de 2023, o total de resgates chegou a 2.077, o valor pago em verbas rescisórias chegou a R$ 3 milhões, e já foram pagos R$ 2 milhões em danos morais coletivos. O valor total será maior, pois muitos pagamentos ainda estão em negociação com os empregadores ou serão judicializados.
REFORMA TRABALHISTA
Luiz Marinho aponta a reforma trabalhista e a terceirização como responsáveis pelo trabalho escravo no Brasil. “É importante fortalecer os sindicatos e os acordos coletivos. Somente em um ambiente de negociação fértil é que poderemos, de uma vez por todas, tirar essa situação das páginas do noticiário”, defendeu.
com informações da Agência Brasil
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