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O horror vivido por 200 baianos resgatados de trabalho escravo no RS

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Em pleno século 21, o Brasil ficou estarrecido ao ver trabalhadores sendo tratados como escravos. Cerca de 200 baianos que viviam em condições análogas à escravidão foram resgatados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O caso foi descoberto na quarta (22), após uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Depoimentos feitos à TV Bahia mostram um cenário de horror. O alojamento tinha câmeras para monitorar tudo e quem reclamava, recebia tortura, segundo relatos de dois trabalhadores baianos que não quiseram ser identificados e conseguiram fugir de uma das vinícolas da cidade gaúcha. Elas são acusadas de submeter trabalhadores nordestinos a trabalho análogo à escravidão. Entre as empresas envolvidas estão Salton e Aurora.

Os dois trabalhadores relataram que não tinham acesso à toalha, lençol, nem talheres. A comida, que chegava em quentinhas e geralmente estava estragada, era consumida com a mão. “Acordavam a gente 4h da manhã, chamando a gente de demônio e presidiário. Nem força para trabalhar a gente tinha. Até na cadeia a pessoa é tratada melhor do que lá. O que passamos não foi coisa de Deus”, desabafou uma das vítimas.

Dos R$ 4 mil que seriam pagos pelo trabalho, as vítimas não receberam nem metade: um deles recebeu cerca de R$ 400 pelo trabalho de 10 dias, enquanto o outro não ganhou nada. Os dois acumularam dívidas com a compra de comidas, talheres e outros itens básicos. As jornadas de trabalho passavam de 15h por dia e muitos deles começaram a colheita nas primeiras horas da manhã e voltavam para o alojamento após 23h.

VIOLÊNCIAS

Vários trabalhadores relataram atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. “Todos os dias, a gente amanhece com o pensamento de ir para casa. Mas não tem como a pessoa ir para casa, porque eles prendem a gente de uma forma que ou a gente fica ou, se não quiser ficar, vai morrer. Se a gente quiser sair, quebrar o contrato, sai sem direito a nada, nem os dias trabalhados, sem passagem, sem nada. Então, a gente é forçado a ficar”, contou.

O responsável pela empresa, que mantinha os trabalhadores, foi preso e encaminhado, inicialmente, para a delegacia da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul. Na quinta (23), foi liberado após o pagamento de fiança de cerca de R$ 40 mil. O homem tem 45 anos de idade e é natural de Valente, na Bahia.

com informações da Revista Fórum e iBahia

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