O depoimento era muito aguardado, mas o espetáculo, não. A participação do empresário Luciano Hang revelaram sua capacidade criativa de transformar a oitiva em um escracho, além de desfilar várias mentiras.
Ele chegou, inclusive, a passar um filme publicitário da sua empresa Havan. Irritou a CPI ao levar placas com dizeres como: “Não me deixam falar”. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pediu para que as placas fossem retiradas e suspendeu a sessão.
O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), leu um texto em que disse que, ao longo de toda a história, governos sempre tiveram um “bobo da corte”. O relator prosseguiu com as metáforas e alusões a circos. Ele falou em “malabaristas da milícia”, “marionetes do crime”. Por fim, disse que só restou o “globo da morte”, em referência aos quase 600 mil mortos da pandemia.
Depois, Renan perguntou se o empresário tinha conta no exterior e empresas em paraísos fiscais. Hang respondeu que sim.
Renan também questionou se a empresa Havan já havia recebido incentivos fiscais de governo. O empresário disse que a pergunta era ampla.
Depois, se a empresa já havia recebido financiamento de bancos públicos. Nesse ponto, Hang não quis responder de forma direta.
MENTIRAS
Irônico, Hang falou maravilhas do seu trabalho, facilmente desmentido por fatos reais.
Mentiu ao dizer que não demitiu nenhum funcionário durante a pandemia. Mas, 2.200 trabalhadores foram desligados em plena Semana Santa. Os números foram divulgados num grupo de WhatsApp dos demitidos e confirmados pelo Sindicato dos Comerciários.
A entidade calcula que em toda Brusque, sede da Havan, já ocorreram 4 mil demissões desde o início da pandemia, sendo metade disso na empresa de Hang.
Em sua fala e no vídeo, a Havan ajuda o Brasil. Mas, é a mesma empresa que tem dívida de R$ 168 milhões com a Receita Federal e o INSS, que deve ser quitada em 115 anos. Enquanto isso, o empresário comprou um Bombardier Global 6000, jato executivo mais caro entre os cinco mais vendidos do mundo, com valor de R$ 250 milhões.
Com informações do G1, UOL, Revista Fórum e Diário do Centro do Mundo
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