Ao tomar posse como novo presidente da Argentina, neste domingo (10), Javier Milei, que costuma receber conselhos do espírito do seu cachorro falecido, fez um discurso concentrado em atacar a esquerda local e anunciar dias piores para o povo argentino. Sem falar de medidas para desenvolver o país, crescer a economia e gerar empregos, se limitou a dizer da meta de zerar o déficit fiscal com um forte ajuste fiscal.
Milei culpou seus antecessores, que teriam “gastado demais”, deixado o Estado deveras robusto e que um período duro, sobretudo para as classes trabalhadoras, viria a seguir para que o país acertasse suas contas. Só depois o país decolaria. Ou seja, Milei promete um enorme sofrimento presente para as maiorias em troca do paraíso futuro.
“Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que nós estamos recebendo. Não existe solução sem atacar o déficit fiscal, a solução implica, por um lado um ajuste fiscal do setor público nacional. Por outro lado, é necessário limpar os passivos de remuneração no Banco Central que são responsáveis pelos 10 pontos de déficit do PIB. Desse jeito colocaremos fim à emissão de dinheiro e, com isso, à única causa da nossa inflação,” declarou o novo presidente.
FIM DE MINISTÉRIOS SOCIAIS
Na verdade, Milei pretende enxugar o Estado e já decretou acabar com 9 ministérios dos 18 que a Argentina tem, especialmente da área social: Educação, Trabalho, Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente, Ciência/Tecnologia /Inovação, Cultura, Mulheres/Gênero/Diversidade, Turismo e Esporte, e Desenvolvimento Territorial e Habitacional.
Nessa linha, a tendência é de que as famílias mais pobres sangrem no seu mandato, enquanto a classe média aproveita algumas mudanças normativas especialmente na compra e venda de moeda estrangeira. Se esse quadro se concretizar, ao se aproximarem as próximas eleições Milei provavelmente terá seus dias contados à frente da Casa Rosada. E a sociedade argentina seguirá em colapso.
com informações da Revista Fórum
Compartilhe no WhatsApp
Comments