Em editorial deste sábado (28), o jornal O Globo dá pistas de que irá lutar contra a eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro turno.

“A pesquisa Datafolha divulgada nesta semana confirmou a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, com 48% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro, do PL (27%). O resultado deu a Lula 54% dos votos válidos e levou os mais apressados a especular se a eleição estaria definida já no primeiro turno, no dia 2 de outubro. É, claro, um cenário possível”, escreve o editorialista.

Contudo, em seguida aposta no segundo turno. “Mas longe de ser provável, muito menos certo. Faltando mais de quatro meses para o pleito, ainda antes do início oficial da campanha, é impossível fazer qualquer aposta com base numa única pesquisa. Pesquisa não é previsão. Representa apenas um retrato do momento em que ela é feita. Os dados e fatos disponíveis até aqui sugerem justamente o contrário: o cenário mais provável é haver segundo turno em 30 de outubro para definir o vencedor. E é melhor que seja assim”, enfatiza.

O que o Globo cobra, aparentemente, é a entrega da agenda econômica a economistas neoliberais. “Para evitar deserções e liquidar a fatura no primeiro turno, Lula precisa fazer acenos ao centro. Seu movimento tem de ir além da mera indicação de um ex-tucano como vice. Até agora, porém, ele tem sido ambivalente e preferido eletrizar sua base à esquerda. Bolsonaro também tem mantido a estratégia de pregar para o público fiel. Só que ele, em contrapartida, tem interesse na ascensão de Tebet para garantir que haja segundo turno. O terreno ainda é movediço, e o jogo que parece consolidado pode trazer surpresas”, finaliza o editorialista.

RESUMO DA ÓPERA – O grupo Globo nunca foi imparcial como prega em seus veículos de comunicação. Sempre teve lado nas disputas políticas em curso no Brasil (jamais ao lado dos que mais precisam, e sim de quem sempre esteve no poder). Só em 2013 reconheceu  que apoiou o golpe militar de 1964, e que foi um erro. Jogou papel importante para outro golpe: contra Dilma Rousseff em 2016, que projetou o caos em que se encontra o País. Ajudou a construir a narrativa de Sérgio Moro e Deltan dallagnol que condenou e prendeu injustamente Lula, tirando o líder das pesquias da disputa em 2018 e contribuindo para a eleição de Jair Bolsonaro. Quando viu o erro, passou a reforçar críticas ao presidente. Agora, vê que Lula pode ganhar a eleição e joga contra porque gostaria de ver outra alternativa. Ai, vai ter que ir de encontro ao desejo popular.

com informações do Brasil 247