Pelas falas em suas viagens, o pré-candidato do DEM ao governo baiano, ACM Neto, definiu como temas centrais para atacar a segurança e a educação nas gestões do PT. O ex-prefeito de Salvador trabalha problemas no enfrentamento à violência e lentidão em mudanças na área educacional, segundo o editor do Bahia Notícias, Fernando Duarte.
No último Ideb para o ensino médio disponível, 2019, a rede estadual marcou 3.2, quase 1 ponto abaixo da projeção do Inep, responsável pela prova. O ensino médio é, em tese, uma responsabilidade dos governos estaduais e, desde 2005, primeiro disponibilizado, evoluiu apenas 0.5. E esses números tendem a cair ainda mais com a pandemia, o que vai expor deveras as fragilidades do segmento. Na segurança, a Bahia (assim como o Brasil) vive um conflito civil não declarado e tem perdido sucessivas batalhas para o enfrentamento às drogas.
Duarte destaca que são problemas históricos, bem antes das gestões petistas e que também não tiveram soluções em diversos governos federais, e que “todavia, numa campanha eleitoral, pouco importa quem são os verdadeiros vilões ou culpados.”
Para o editor do BN, caso ACM Neto consiga construir uma narrativa que explicite a parcela de responsabilidade de Jaques Wagner e de Rui Costa para não resolver esses problemas crônicos, ele colherá dividendos políticos mais fáceis do que a defesa do legado dos petistas na Bahia. “Como haverá um esforço para não nacionalizar as eleições da Bahia em 2022 por parte do ex-prefeito de Salvador, esses dois calos do PT ao longo dos últimos anos no estado serão explorados com afinco ao longo dos próximos meses”, pondera.
De acordo ainda com Fernando Duarte, “ninguém tem um modelo pronto para resolver essas dificuldades, porém simular que é possível fazer diferente talvez gere um resultado positivo para quem almeja chegar ao poder. Nem que para isso precise vestir a fantasia de salvador da pátria, algo que, convenhamos, os brasileiros votam com bastante frequência.”
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