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Nas ruas, estudantes dão aula de cidadania e exigem fim do novo Ensino Médio

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Em todo o Brasil, nesta quarta (15), estudantes se manifestaram contra a implementação do Novo Ensino Médio nesta quarta-feira (15). Os protestos ‘#RevogaNEM’ foram liderados por entidades do movimento estudantil, alunos e ativistas pela educação que rejeitam a proposta que deve alterar a educação do país.

Os protestos foram realizados em 48 cidades brasileiras, contando com a presença de milhares de pessoas. O Novo Ensino Médio ou Reforma do Ensino Médio foi aprovado pelo governo Michel Temer, alterando a base curricular, reduzindo a formação comum e introduzindo os “itinerários formativos”.

Ele dará a possibilidade do aluno escolher uma área de enfoque para sua formação do Ensino Médio. Há cinco opções para os estudantes: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Formação Técnica e Profissional.

SEM DEBATE E PREJUÍZOS

A mudança não passou por debate com professores, estudantes e profissionais de educação. Especialistas dizem que um dos problemas é o fim da universalidade do ensino, com as escolas não sendo obrigadas a oferecer todos os itinerários. Isso causará diferenças entre diferentes unidades de ensino, entre redes de ensino e entes federativos. Além disso, escolas particulares terão mais infraestrutura para adotar o novo modelo, aumentando a desigualdade social.

Professor da Faculdade de Educação da USP, Daniel Cara afirma que os problemas já estão sendo vistos nas salas de aula. “Não vai ter médico da periferia. Há escolas nas periferias de São Paulo, das grandes capitais, que não estão oferecendo o itinerário de Ciências da Natureza”, explicou o pesquisador.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) afirma que a falta de infraestrutura pode aumentar índices de evasão escolar. O ministro da Educação, Camilo Santana, não sinalizou uma revogação do Novo Ensino Médio. Caso o projeto não seja derrubado neste ano, ele já deve ser implementado no ENEM 2024, o que, segundo especialistas, dificultaria sua revogação.

com informações da Revista Fórum

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